Quando gastei tudo com uma tradução
- Rebecca Romero
- 18 de ago.
- 1 min de leitura
Atualizado: 29 de ago.
Vou contar uma história pra vocês do meu início de escritora: desde criança, eu juntava dinheiro e guardava numa poupança. Dinheirinhos que eu ganhava de aniversário, natal e tal. Quando eu tinha uns 15-16 anos, comecei a escrever uma distopia. Era a febre das distopias e eu estava obcecada por Estilhaça-me.

Naquela época, as editoras brasileiras raramente publicavam autores brasileiros pro público jovem. E, para publicá-los, cobravam uma exorbitância, além de que meio que era obrigatório ter um agente literário se você quisesse crescer mais. Por causa disso, eu acreditava que, pra conseguir ser autora, eu teria que tentar no exterior. A síndrome de vira-lata + a falta de oportunidade mesmo no meio literário brasileiro na época.
Então o que essa ingênua autora-amadora fez? Peguei os 880 reais que juntei desde criança e paguei uma tradutora pra passar minha distopia para inglês 🤡 Eu enviei o arquivo pra HarperCollins, acredita? 😭 E acredita que eles responderam meu email?! Mas foi pra recusar meu livro 😆 O plot era interessante (modéstia parte), mas a história tinha muitos problemas. No entanto, o que eles me responderam foi que não estavam mais aceitando livros daquele estilo porque estavam com vários.

Eu não fiquei triste pela rejeição, na real. O que eu realmente me arrependo até hoje é de ter gastado TODO meu dinheiro numa tradução que nem valeu a pena. Resultado: eu não terminei o terceiro-último livro da trilogia e fiquei sem dinheiro pra publicar outro no futuro 💩
Eu já tentei tantas coisas na minha carreira de autora 🤣 Se eu conseguir descrever mais histórias minhas, publico aqui pra vocês.




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